Discurso do Administrador da USAID, Mark Green, sobre a Prosper Africa na Conferência do Conselho Corporativo para África

Discurso do Administrador da USAID, Mark Green, sobre a Prosper Africa na Conferência do Conselho Corporativo para África

Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional

Assessoria de Imprensa

Para divulgação imediata

19 de Junho de 2019

Discurso

Discurso do Administrador da USAID, Mark Green, sobre a Prosper Africa na Conferência do Conselho Corporativo para África

 

Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano

Maputo, Moçambique

 

Administrador Green: Obrigado pelas palavras amáveis de introdução, e obrigado por sua grande liderança. Um agradecimento especial a Florie Liser, presidente do Conselho Corporativo para África por ter me convidado a unir-me a vocês neste dia. Como muitos de vocês sabem, eu trabalhei como embaixador dos Estados Unidos na Tanzânia, a bela vizinha ao sul de Moçambique. O tempo que despendi ali, auxiliando na liderança de iniciativas como o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Alívio da Aids (PEPFAR) e a Corporação Desafio do Milênio (Millenium Challenge Corporation) me ensinaram muito daquilo que hoje sei sobre o desenvolvimento na África. Mas, o que me ensinou ainda mais, o que moldou ainda mais tudo isso, foi o tempo que despendi na África, aproximadamente vinte anos antes disso. Naquele tempo, eu lecionava na escola de uma pequena vila queniana, não muito longe da fronteira com a Uganda. A maioria dos meus alunos era pobre. A maioria dos meus alunos andava descalça. Não havia fornecimento estável de água e eletricidade na nossa escola. Não tínhamos iluminação, apenas janelas. Em algumas salas de aula, tínhamos apenas um livro didático para cada doze estudantes. Às vezes, os americanos se surpreendem quando digo a eles que, durante todo o ano em que trabalhei na escola secundária, nenhum de meus alunos jamais me pediu dinheiro.  Eles podem ter pedido livros emprestados. Frequentemente, pediam lições extras, mas, eles nunca pediram esmolas. Eles realmente desejavam um auxílio, uma chance para escreverem seus próprios futuros. Penso, frequentemente, naqueles dias, naquelas crianças descalças, com olhos grandes e com sonhos ainda maiores. Existem muitos milhares e milhares de jovens como aqueles, em todo este maravilhoso continente. Mais e mais a cada dia. A idade média dos moçambicanos é de apenas 17 anos. No continente, como um todo, está abaixo dos 20 anos.

Sessenta por cento dos africanos têm menos de 25 anos e, daqui a uma década, existirão mais de 320 milhões de africanos com idade entre 15 e 24 anos. Cada um deles com olhos brilhantes e grandes sonhos, ansiosos por escreverem seu próprio destino. E eu creio que o desafio da nossa geração é garantir que esta oportunidade exista. Não será fácil. Segundo algumas estimativas, a África necessitará de 18 milhões de novos empregos por ano, nos próximos 20 anos, apenas para atender às novas inserções no mercado de trabalho. Assim, os governos poderiam criar tais empregos? Ainda que pudessem, duvido que seriam as oportunidades inspiradoras com as quais sonham os jovens africanos. Em termos de auxílio vindo o exterior, viriam tais oportunidades de doadores autoritários? Na maioria das vezes, esse auxílio se assemelha mais a um financiamento predatório que à assistência honesta e benéfica. Um futuro penhorado, em vez de uma alavanca para economia vibrante; amarras, em vez de autossuficiência. Mas, estamos aqui, pois sabemos que existe uma solução. Existe uma saída. Trata-se do caminho que levou ao milagre da Coreia do Sul, ao milagre da Índia, e de tantos outros. A iniciativa privada é a força impulsora mais poderosa na Terra, alavancando vidas e construindo comunidades.

Nossa missão na Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) é fomentar essa jornada até a autossuficiência e, sabemos que, a iniciativa privada é a força que leva os países naquela direção. Em termos de criação de tais oportunidades, de oportunidades sustentáveis para a juventude africana em crescimento, nada chega tão próximo.  Por isso a importância da Prosper Africa, do Governo Trump. Não se trata de um programa, trata-se de uma abordagem. Uma nova estrutura. Uma estrutura que busca libertar e mobilizar o empreendedorismo privado. Eu acredito que, nos próximos anos, ela nos concederá a oportunidade de dobrar o comércio bilateral e os investimentos. A Prosper Africa reúne, harmoniza e aproveita nossas ferramentas de assistência internacional de forma a promover a estabilidade e boa governança, e um ambiente propício e incentivador do empreendedorismo. A Prosper Africa é ímpar, porque é orientada pela demanda e liderada pela iniciativa privada. Ela alinha as ferramentas no nosso setor público para alavancar a inovação, os recursos, o conhecimento, e as redes do nosso setor privado.

Mas, qual é a vantagem para os Estados Unidos? Bem, a Prosper Africa promoverá a prosperidade e a segurança dos Estados Unidos, ela fomentará o crescimento econômico e a criação de empregos, e demonstrará o alto valor da proposição dos mercados e iniciativas privadas.  Qual é a vantagem para a África? A Prosper Africa auxiliará no rompimento da armadilha do débito, uma armadilha que os financiadores autoritários estabeleceram como minas explosivas em muitas partes do continente. A Prosper Africa cria opções e alternativas para os líderes africanos que estão buscando apenas um pouco de auxílio em seus planos de futuro. Ela auxiliará os africanos a aproveitarem o poder do investimento e do empreendedorismo, e acelerará sua jornada até a autossuficiência.

Ok, passemos aos detalhes do plano do Governo. A Prosper Africa aumentará e priorizará o pessoal e os programas governados pelos EUA de forma que façam o seguinte, e aqui é que se torna real: Primeiramente, facilitando as transações ao propiciar financiamento misto, garantia de empréstimos, inteligência de mercado, argumentação, e uma gama de serviços para os investimentos de risco. Em segundo lugar, expandirá o conhecimento do setor privado dos Estados Unidos e a utilização dos serviços de acompanhamento de negócios do governo dos Estados Unidos. Em terceiro lugar, desenvolverá e aprofundará os mercados ao pesquisar os empreendimentos locais para fornecer serviços correspondentes, com companhias americanas, e os departamentos africanos da cadeia de abastecimento e oferta. Em quarto lugar, aplainará o campo para as empresas americanas ao identificar e remover políticas regulatórias e barreiras comerciais de logística, de forma a aumentar a transparência e a reduzir o custo da realização de negócios na África.

Em quinto lugar, ela expandirá os centros de comércio e investimentos dos EUA em forma de plataformas pluri-institucionais. Em sexto lugar, integrará conselheiros técnicos nesses centros, para criar um comércio e um pacote de apoio ao investimento facilmente acessíveis. Em sétimo lugar, criará mais um centro de comércio e investimentos no Norte da África. Finalmente, em oitavo lugar, incrementará os serviços comerciais estrangeiros dos catalisadores do setor privado da USAID na África, para que funcionem como “Equipes de Acompanhamento de Negócios” nos mercados estratégicos. A Prosper Africa criará estratégias reais e concretas, país por país, para aperfeiçoar os investimentos e financiamentos. Isso será alcançado por meio da remoção de restrições ao crescimento e análises de investimento em países selecionados, que criarão uma lista de afazeres para reduzir as barreiras ao investimento comercial americano.

Creio que vocês já deduziram que a Prosper Africa não é um novo programa. Ela é um novo meio de se fazer negócios. Ela aproveita a reautorizarão do Export-Import Bank dos EUA (EXIM) e a nova Corporação de Desenvolvimento Financeiro, e disponibiliza e torna acessível o conjunto completo de redes e recursos do governo dos EUA, para os importadores, exportadores e investidores. Eu posso entender o ceticismo de alguns de vocês, afinal de contas, como Ronald Reagan costumava dizer, as dez palavras mais amedrontadoras do idioma inglês são “Olá, eu sou do governo e estou aqui para ajudar”.

Mas, temos visto, em anos recentes, o que as iniciativas bem-pensadas em prol dos negócios podem realizar. Como a Power Africa (Energia para África) 2.0, por meio da qual estamos ajudando a conectar o governo aos financiadores e projetos da iniciativa privada que um dia fornecerão energia para todo o continente. Como a Feed the Future (Alimentar o Futuro) que auxilia agricultores estrangeiros a se tornarem mais prósperos e melhor conectados aos mercados globais, suprindo a lacuna entre suas necessidades e o empreendedorismo americano.

Em cada um desses esforços, nós combinamos a engenhosidade e o empreendedorismo das empresas americanas e africanas com o desejo dos governos de alcançar resultados de desenvolvimento duradouros. É exatamente isso que a Prosper Africa ajudará a alcançar e, eu acredito, em uma escala mais ampla do que jamais testemunhamos anteriormente. Portanto, hoje, eu comecei dizendo a vocês que o tempo mais memorável que passei na África foi como professor. Eu gostaria de encerrar falando a vocês qual foi o meu segundo momento mais memorável. Foi durante minha primeira viagem ao exterior como Administrador. Eu visitei a região somaliana da Etiópia, uma região que, então, passava por seu quarto ano consecutivo de seca.

Parte do programa consistia em colaborar com nosso parceiro, o Programa Alimentar Mundial, na distribuição de alimentos. Eu me recordo, caminhando ao largo onde tínhamos sacos de grãos que estávamos fornecendo para famílias que deles necessitavam desesperadamente. Enquanto caminhávamos por ali, havia uma senhora maravilhosa da Etiópia que se aproximou de mim.  Ela disse, “Tenho uma pergunta”. E eu disse, “Sim, senhora”. “Primeiramente, obrigada por este alimento. Nós os necessitávamos. E minha pergunta é, ‘pode nos ajudar com irrigação, para que nunca mais tenhamos de pedir por comida?’” Esse é o espírito, esse é o impulso, essa é a dignidade humana, esse é o desejo inato de querer liderar a si mesmos. Construir seu próprio futuro. É isso que devemos incentivar.

Nada atenderá às suas necessidades, nada aproveitará esse espírito como a iniciativa privada. E, nada acelerará melhor, na minha opinião, a iniciativa privada, do que reunir as nossas ferramentas na Prosper Africa. Trata-se da colaboração entre o governo e todos vocês. Temos trabalho a realizar. O céu é o limite. Obrigado.

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