Parceria de saúde E.U.A.-Moçambique reforça resposta ao COVID-19

Conforme publicado na edição de 13 de Maio de 2020 do O País

Dennis Walter Hearne, a career member of the Senior Foreign Service, class of Minister Counselor, has served as an American diplomat since 1985.
Dennis Walter Hearne, a career member of the Senior Foreign Service, class of Minister Counselor, has served as an American diplomat since 1985.

Por Dennis W. Hearne, Embaixador dos E.U.A. para Moçambique

À medida que países de todo o mundo lutam contra a pandemia da COVID-19, o Governo dos Estados Unidos da América está satisfeito por ver a resposta antecipada e contínua do Governo da República de Moçambique. Nunca foi tão urgente uma abordagem sólida de saúde pública.

A parceria de longa data dos nossos países no domínio da saúde ajudou Moçambique a preparar-se para este momento crítico da história. O nosso empenho em melhorar a saúde da população Moçambicana começou em meados da década de 1990 através da Agência dos E.U.A. para o Desenvolvimento Internacional (USAID), cresceu consideravelmente em 2004 com a chegada do PEPFAR (Plano de Emergência do Presidente dos E.U.A. para o Alívio do SIDA – e desde então expandiu-se para áreas tais como a malária e a tuberculose.

O Governo dos E.U.A., através da USAID, PEPFAR, e os Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças dos E.U.A., entre outros, coordena estes programas essenciais com o Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Saúde, o Ministério do Género, da Criança e de Acção Social, e o Conselho Nacional de Combate ao SIDA.

Esta forte e duradoura colaboração entre os Estados Unidos e Moçambique é uma base natural sobre a qual o Governo de Moçambique está a construir a sua resposta à pandemia da COVID-19.

Gostaria de destacar três alicerces fundamentais nessa fundação:
Em primeiro lugar, Moçambique está melhor posicionado do que nunca para tomar decisões com base em dados concretos sobre desafios de saúde, graças aos sistemas de testagem e rastreio desenvolvidos através da nossa colaboração. O financiamento e o apoio técnico do Governo dos E.U.A. melhoraram os laboratórios de Moçambique e construíram programas para rastrear a epidemia do HIV/SIDA e para testar infecções, vírus e outras doenças. Actualmente, estes sistemas desempenham um papel importante na luta contra a COVID-19. Um sistema electrónico de dados que reúne informações sobre saúde que cobre todo Moçambique – desde o nível nacional até uma instalação de saúde individual construída para doentes com HIV – também pode ser utilizado para a COVID-19. Estes sistemas de análise e acompanhamento são essenciais para desenvolver uma resposta eficaz à pandemia, baseada em dados.

Em segundo lugar, os sistemas e pessoal médico de Moçambique são agora mais capazes de dar uma resposta flexível e rápida à COVID-19. Os investimentos e programas do Governo dos E.U.A. ajudaram a criar esta capacidade através da formação de profissionais médicos, fornecendo aos hospitais e instalações de saúde equipamento e medicamentos essenciais, além de sistemas de apoio que permitem uma prestação de serviços de qualidade. Actualmente, estas formações, equipamento e melhorias dos sistemas subjacentes são vitais na luta contra a COVID-19. O pessoal médico pode identificar rapidamente os casos e prestar cuidados graças às infra-estruturas já existentes. Os programas podem rapidamente redireccionar fornecimentos e recursos para onde eles são mais necessários. Por exemplo, as tendas anteriormente utilizadas para a circuncisão médica masculina voluntária como parte da prevenção do HIV/SIDA estão agora a ser utilizadas para os serviços de saúde da COVID-19 nas províncias de Sofala, Gaza, Maputo, e Maputo Cidade.

Finalmente, uma das partes mais críticas de uma resposta eficaz à COVID-19 é a educação. Juntos, os Estados Unidos e Moçambique, temos uma experiência significativa em informar o público sobre a prevenção e o tratamento de graves problemas de saúde como o HIV/SIDA e a malária. O Governo de Moçambique está agora a divulgar informação essencial sobre a COVID-19 através das redes sociais, da rádio e da televisão, com base em orientações de saúde desenvolvidas pelo Governo dos E.U.A.. Estas mensagens e gráficos animados dão explicações simples e claras sobre prevenção, distanciamento social, e mitos contra factos.

Olhando para o futuro, os líderes políticos e de saúde devem enfrentar agressivamente a desinformação e fornecer um fluxo constante de factos e orientações sobre a COVID-19 através dos canais populares. É necessária vigilância para assegurar que as comunicações públicas sejam utilizadas para o bem público.

Os investimentos dos E.U.A. em Moçambique – mais de US$ 3,8 mil milhões em assistência sanitária e aproximadamente US$ 6 mil milhões no total durante as duas últimas décadas – ajudaram a salvar vidas e a reforçar as infra-estruturas de Moçambique. Para a resposta à COVID-19, fundos adicionais dos E.U.A. de cerca de US$ 9 milhões irão apoiar campanhas de educação, instalações de saúde e detecção e testes à COVID-19. É claro que a nossa parceria é muito mais do que o financiamento – trata-se de construir um Moçambique que seja forte, próspero e saudável.

Para além do nosso apoio bilateral, a Embaixada dos E.U.A. em Moçambique tem o prazer de participar e apoiar a actividade do grupo de trabalho da COVID-19 da Comunidade Internacional recentemente criada, que irá coordenar estreitamente com os ministérios do Governo de Moçambique nas próximas semanas e meses. A nossa Embaixada irá trabalhar ainda em estreita colaboração com empresas e entidades do sector privado que desejem desempenhar um papel directo no apoio a Moçambique neste momento crítico.

Os Estados Unidos orgulham-se de estar lado a lado com Moçambique neste desafio histórico. E sei que quando um dia olharmos para trás, quando a COVID-19 for relegada para os livros da história e da medicina, esta parceria duradoura continuará a ser uma fonte de força e boa vontade para as nossas duas grandes nações. Até lá, por favor, mantenham-se seguros e saudáveis.

Estamos juntos.