Por Vince Crawley
Redactor do Washington File
Washington – O Departamento da Defesa está a criar um novo quartel-general do Comando para África, a ser designado por AFRICOM, a fim de coordenar todos os interesses militares e de segurança dos EUA em todo o continente, anunciou a administração Bush a 6 de Fevereiro.
“Este novo comando irá reforçar a nossa cooperação com a África em matéria de segurança e proporcionar novas oportunidades de aumentar as capacidades dos nossos parceiros em África”, disse o Presidente Bush num comunicado da Casa Branca. “O Comando para África irá intensificar os nossos esforços para levar a paz e a segurança aos povos africanos e promover os nossos objectivos comuns nas áreas de desenvolvimento, saúde, educação, democracia e crescimento económico em África”.
Até ao presente, o envolvimento militar dos EUA em África tem sido partilhado pelo Comando Europeu, o Comando Central e o Comando do Pacífico. O Secretário da Defesa Robert Gates designou esta responsabilidade partilhada por “um arranjo ultrapassado, remanescente da Guerra Fria”.
A criação do AFRICOM “irá permitir-nos ter uma abordagem mais eficaz e integrada que a actual que divide a África [em vários comandos regionais]”, disse Gates a 6 de Fevereiro perante o Comité do Senado para as Forças Armadas.
Bush ordenou a criação do AFRICOM até 30 de Setembro de 2008. Nessa altura, o comando será chefiado por altas patentes militares que estarão em pé de igualdade com os outros comandantes regionais americanos no mundo inteiro. Neste comunicado da Casa Branca, Bush disse que os Estados Unidos tencionam consultar os líderes africanos “para conhecermos as suas opiniões quanto ao modo como o Comando para África poderá responder aos desafios em termos de segurança”. Ele também declarou que os Estados Unidos irão “trabalhar estreitamente com os seus parceiros africanos a fim de determinarem a localização adequada para o novo comando em África”.
A equipa de transição do novo comando está a funcionar provisoriamente em Estugarda, Alemanha, que é aonde também se encontra a sede do Comando Europeu. O Departamento da Defesa gostaria, contudo, de eventualmente situar o quartel-general do comando num país africano.
Os oficiais estão a começar a discutir a possível localização permanente do quartel-general e a determinar que tipo de forças militares serão atribuídas a título definitivo ao AFRICOM, disse o almirante da armada Robert Moeller, do Comando Central americano, que é o director da equipa de transição do AFRICOM.
O Departamento da Defesa coordena os interesses militares em todo o mundo através dos comandos regionais unificados. Os oficiais mais graduados actuam como diplomatas e, se necessário, como comandantes regionais de combate. Presentemente, o Comando Central americano coordena os esforços militares no Médio Oriente, no Corno de África e na Ásia Central; o Comando Europeu americano coordena a maior parte da África Subsariana e da Europa; o Comando do Sul coordena a América do Sul, América Central e as Caraíbas; o Comando do Pacífico coordena o Leste e o Sul da Ásia, bem como o Oceano Indico e as ilhas que ficam ao largo da costa sudeste africana.
O novo AFRICOM abrangerá eventualmente todo o continente africano com excepção do Egipto, que se integra no Comando Central americano. O AFRICOM incluirá também São Tomé e Príncipe, as ilhas Comores no Oceano Indico, Madagáscar, Maurícias e Seicheles.
Com a criação do AFRICOM, o Departamento da Defesa poderá também coordenar melhor as suas próprias actividades em África bem como ajudar a coordenar o trabalho de outras agências do governo americano, em particular do Departamento de Estado e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, disse Moeller, o director da equipa de transição do AFRICOM.
Os funcionários do governo americano poderão também “trabalhar muito mais estreitamente com os nossos parceiros africanos em todo o continente”, declarou Moeller, acrescentando que os países na região há muito que solicitaram um comando americano à parte para os assuntos africanos.
O Embaixador Robert Loftis, um dos principais negociadores do Departamento de Estado, disse que os comandos militares americanos e outras agências do governo já realizam uma ampla gama de trabalhos com os países africanos. Criando o AFRICOM, afirmou Loftis, “nós estamos realmente a falar das actividades que já estão em curso e a consolidá-las sob um novo comando”.
O texto completo do comunicado do Presidente Bush encontra-se disponível no site da Casa Branca, www.whitehouse.gov.
Para mais informações sobre o AFRICOM, queira visitar o site, www.africom.mil