Discurso do Embaixador dos Estados Unidos da América, Dean Pittman
13 de Junho de 2018
Sua Excelência, Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique;
Sua Excelência Nazira Abdula, Ministra da Saúde,
Distintos convidados,
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Bom dia.
É para mim um grande prazer estar aqui hoje para a tão esperada inauguração da sede do novo Instituto Nacional de Saúde de Moçambique. Este edifício é o resultado da parceria activa entre o Ministério da Saúde de Moçambique, várias partes do Governo dos Estados Unidos e uma série de parceiros da sociedade civil e internacionais. Fico agradecido pelo trabalho que muitos de vocês aqui realizaram hoje para tornar esta visão numa realidade. Percebi através da minha equipe que estas instalações são realmente modernas, mas para uma pessoa que não é profissional da área de saúde como eu, elas também são bonitas e impressionantes. Parabéns.
Então, porquê que este edifício é tão importante? Bem, se uma criança moçambicana contrair a malária, pode ir a um hospital ou clínica local para procurar tratamento. Se uma mulher grávida precisar de fazer o teste de HIV, ou se um homem quiser continuar o seu regime antirretroviral, poderá fazer o mesmo. Os hospitais e clínicas locais são sem dúvida a espinha dorsal da rede que atende às necessidades diárias de cuidados de saúde dos moçambicanos. Porém, se quiserem realizar o tipo de vigilância nacional de longo prazo que possa impedir a criança de contrair a malária ou melhorar as taxas nacionais de testagem e retenção em HIV/SIDA, ou projectar e realizar as investigações que respondam aos surtos epidêmicos ou refinar e comunicar os dados de saúde que informam a política nacional, ou executar os programas de garantia de qualidade dos laboratórios que permitem a melhor capacidade de diagnóstico em todas as unidades sanitárias, não podem o fazer num hospital ou clínica local. Portanto, podem realizar esse tipo de trabalho aqui.
Um serviço nacional de saúde forte depende do bom funcionamento dos sistemas laboratoriais e de informação para realizar a vigilância e a monitoria de doenças, desenvolver pesquisas e produzir evidências para informar as iniciativas e programas de saúde. De facto, esta é a missão comum dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e dos Institutos Nacionais de Saúde de Moçambique. E neste mundo interligado, a parceria entre instituições como estas é fundamental, pois a saúde de cada um dos nossos países está absolutamente ligada à saúde das pessoas em todo o mundo. À medida que os nossos desafios de saúde se tornaram mais globais, apoiar os esforços em países como Moçambique para fortalecerem os sistemas de laboratórios e de vigilância e melhorar a capacidade de resposta à emergências tornou-se vital para os interesses dos Estados Unidos. A nossa visão é de um mundo seguro e protegido das ameaças globais à saúde impostos por surtos de doenças provocadas por causas naturais, bem como pela libertação intencional ou acidental de patógenos perigosos. Isso resultou na criação de escritórios do CDC em várias partes do mundo, tal como o CDC de África aqui representado, e sinaliza uma clara visão internacional e o empenho para melhorar a nossa capacidade colectiva de responder às ameaças pandêmicas. A rede nacional de laboratórios de referência de Moçambique, ancorada neste edifício, trás esta visão mais próxima da realidade.
De facto, em termos de prontidão para emergências, este edifício é uma conquista significativa na capacidade de Moçambique de responder mais rápido e de forma independente a um surto de doenças. Conforme vimos todos no surto do Ébola há alguns anos atrás na África Ocidental e Central, quando podemos eliminar o tempo necessário para enviar amostras de sangue para outro país para testes, melhoramos exponencialmente a capacidade interna de responder eficazmente a um surto. E nesse momento, essas melhorias, salvam directamente vidas.
Por isso, é muito emocionante ver este novo edifício, com a sua infraestrutura e equipamento de laboratório, porque sabemos como irá melhorar a saúde dos moçambicanos em todo o país. Mas o que é mais emocionante ainda é o que não conseguimos ver: as habilidades técnicas e profissionais melhoradas dos profissionais de saúde moçambicanos. Desde 2011, o Governo dos Estados Unidos, através do programa FOGELA, trabalhou com os nossos parceiros moçambicanos para melhorar a qualidade dos serviços laboratoriais básicos, resultando na acreditação internacional de dois laboratórios chave. Além disso, em colaboração com o governo moçambicano e a Universidade Eduardo Mondlane, ajudámos a lançar um Programa de Formação em Epidemiologia de Campo e Laboratório que formou dezenas de epidemiologistas moçambicanos e técnicos laboratoriais que obtiveram o grau de mestrado. Esses graduados não só fazem grandes contribuições para a pesquisa científica, mas também desempenharam um papel fundamental na investigação e controlo de surtos recentes de doenças em Moçambique e outros países africanos. Estas são as principais actividades e programas dos nossos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças que estão a fazer a diferença na capacidade da Saúde Pública em todo o mundo.
Juntos, construímos este laboratório e, juntos, desenvolvemos habilidades críticas dos profissionais de saúde moçambicanos. E o povo dos Estados Unidos continuará a apoiar o povo de Moçambique, ao mesmo tempo que enfrentamos em conjunto os nossos desafios globais de saúde. Dito isto, a saúde de Moçambique está nas mãos dos moçambicanos, não dos americanos. Por isso, instamos o Governo da República de Moçambique a cumprir com os objectivos de financiamento da saúde, com os quais já se comprometeu publicamente. Acreditamos que, nos termos da nova legislação, o Instituto Nacional de Saúde, o Ministério da Saúde e os talentosos moçambicanos que neles trabalham, trarão um futuro melhor para todos os cidadãos desta grande nação.
Obrigado.