Opinião de Dean Pittman, Embaixador dos E.U.A., por ocasião do Dia Mundial de Combate à TB

Projecto APOPO treina ratos farejadores de Tuberculose. Estes roedores levam poucas horas a detectar a doença, quando um laboratório leva quatro dias.

Maputo, 24 de Março de 2017

Há mais de um século, em 1882, o médico alemão Robert Koch anunciou a descoberta do bacilo da tuberculose, a bactéria que causa a tuberculose (TB).  À época, a TB matava um em cada sete indivíduos no mundo.  Koch veio a ser conhecido como o Pai da Bacteriologia, e a sua descoberta tornou possível o desenvolvimento de uma cura para esta doença temível.

Hoje marcamos a descoberta de Koch através da comemoração do Dia Mundial de Combate à Tuberculose.  É um dia destinado à reflexão sobre a importância da pesquisa e da descoberta científica no tratamento das doenças que afligem a humanidade.  Gostava que fosse um dia em que pudéssemos celebrar a derrota da tuberculose, mas, infelizmente, em numerosos países, incluindo Moçambique, a TB ainda é um flagelo que vitima muitas pessoas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) calculou que, em 2015, se verificaram mais de 10 milhões de novos casos de TB e aproximadamente dois milhões de óbitos em resultado da doença.  Moçambique é um país severamente afectado, com mais de 150 mil novos casos de TB e cerca de 54 mil mortes causadas pela doença registadas em 2015.

Assim como em outros países com uma epidemia generalisada de HIV, em Moçambique, a TB afecta de forma desproporcional as pessoas que vivem com HIV/SIDA.  Mais de metade de todos os pacientes de TB estão igualmente infectados com HIV, o que demonstra como as duas epidemias estão interligadas, e a razão pela qual a nossa resposta deve ser coordenada.

O Governo dos Estados Unidos tem prestado assistência técnica directa ao Programa Nacional da TB em Moçambique há mais de 10 anos, focando no diagnóstico precoce dos casos de TB, na integração dos serviços de TB/HIV, e no diagnóstico e tratamento da TB resistente aos medicamentos.  Em colaboração com os seus parceiros, os Estados Unidos tem vindo a garantir assistência financeira e técnica ao Ministério da Saúde, com o intuito de apoiar a implementação de testagem nas unidades sanitárias e assistir no melhoramento da capacidade de dois laboratórios regionais de prestação de testes e pesquisas essenciais.

Ao longo do último ano, os programas de TB financiados pelo Governo dos E.U.A. e implementados em parceria com o Ministério da Saúde de Moçambique, ofereceram formação a mais de 1.200 voluntários de saúde comunitária e quase 800 trabalhadores de saúde.  O nosso apoio permitiu que 60 mil casos de tuberculose fossem diagnosticados, garantindo a estes pacientes a possibilidade de acederem ao tratamento de que precisavam para se tratarem, e assim evitar a transmissão da doença a outras pessoas.

João, 21 anos, é um deles.  Ele nasceu seropositivo e iniciou a terapia do HIV aos 16 anos, embora não tomasse a sua medicação com a devida regularidade. Começou a sentir-se doente, sem energia ou apetite.  Esperava por uma consulta médica quando um Oficial da Tosse treinado com o apoio do Governo dos E.U.A. reparou nele e imediatamente o referiu para rastreio de TB.  Um Oficial da Tosse é um trabalhador de saúde que serve como ponto de contacto primário para o rastreio de pacientes nas unidades sanitárias, e que divulga informação relevante que ajuda a prevenir novos casos. João foi diagnosticado com TB multirresistente a medicamentos, e após um período de internamento de seis meses no hospital, sente-se agora grato por estar de volta a casa, recuperando junto da sua família.

Existem muitas outras histórias como esta em Moçambique e em África. As epidemias do HIV e da TB não respeitam fronteiras.  Para que a nossa resposta seja eficaz, deve ser verdadeiramente global, e tem que envolver  governos, sociedade civil, comunidades afectadas, pesquisadores, sector privado e agências de desenvolvimento internacional.

Embora o progresso tenha sido significativo, ainda há muito por fazer.  Neste dia, relembramos as vidas perdidas em resultado da TB e o sofrimento dos milhões de afectados por esta doença.  Relembramos também que a TB é uma doença CURÁVEL.  Trabalhando juntos podemos tratar e derrotar a TB.  Hoje, renovamos o nosso compromisso para com o trabalho que é necessário fazer para controlar esta epidemia.

Os Estados Unidos continuam a apoiar Moçambique, tomando acções concretas de combate à epidemia da TB.  Só este ano, serão investidos bilateralmente mais de 13 milhões de dólares no apoio às actividades de controlo da TB em Moçambique.  A este valor, soma-se o apoio prestado multilateralmente pelos Estados Unidos através do Fundo Global para o Combate ao HIV, TB e Malária.

Fazemos estes investimentos pois acreditamos numa resposta unida e global contra a TB.  Estamos confiantes que através da nossa parceria com Moçambique poderemos, usando as palavras da OMS, permanecer “Unidos para Acabar com a Tuberculose”.  Desejo que neste Dia Mundial de Combate à Tuberculose possamos renovar o nosso compromisso para com a meta desta campanha: acabar com a tuberculose e assegurar que ninguém fica para trás.

Maputo, 23 de Março de 2017.

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