Peter H. Vrooman, Embaixador dos E.U.A. para Moçambique
Desde que cheguei a Moçambique há um mês, falei com muitos sobre a curta, mas rica história deste país como uma nação independente e soberana. Ouvi falar dos combatentes da liberdade e dos desafios que enfrentaram e pelos quais lutaram enquanto ambicionavam pela independência.
Recordo-me do que disse o primeiro Presidente Samora Machel no Hospital Central de Maputo em 1976: “A solidariedade internacional não é um acto de caridade: É um acto de unidade entre aliados que lutam em terrenos diferentes para o mesmo objectivo… A solidariedade não tem raça nem cor, e o seu país não tem fronteiras”. Esta ideia é tão importante agora, como era na altura.
Aqui em Moçambique, a solidariedade entre o povo americano e o povo moçambicano permitiu com que reduzíssemos quase para metade o número de mortes por HIV/SIDA. Estamos a financiar a assistência humanitária às pessoas deslocadas em Cabo Delgado. Há três anos, respondemos em solidariedade com as populações de Manica, Sofala e outras províncias com ajuda, alimentos e água para as vítimas dos Ciclones Idai e Kenneth. Somos o maior doador de vacinas contra a COVID-19 através da iniciativa COVAX da comunidade internacional. A nossa solidariedade continua porque é um factor de aproximação entre os povos.
Agora olhemos mais a norte onde a solidariedade internacional é também necessária. Após anos de paz, os ucranianos enfrentam uma invasão não provocada da sua nação soberana. Desde 1991, o povo da Ucrânia tem escolhido livremente o seu próprio caminho. O presidente e representantes parlamentares ucranianos foram eleitos através de eleições livres e justas. Independentemente das suas tendências ou opiniões políticas, os princípios da humanidade, da soberania e do direito à vida e à autodeterminação substituem todos os outros. Devemos estar juntos com a Ucrânia.
Putin mergulhou a Europa numa guerra na esperança de reavivar um império à custa de vidas civis. Tanques russos avançaram através da fronteira da Ucrânia, destruindo escolas, casas, e hospitais, edifícios governamentais, e patrimónios históricos. Esta invasão russa causou a morte de milhares de pessoas e deslocou milhões. Putin mente ao seu próprio povo, aos seus próprios soldados, e ao mundo para tentar desculpar-se da guerra que ele começou. E ao lançar um ataque brutal e não justificada ao povo da Ucrânia, Putin também cometeu um ataque brutal aos princípios que sustentam a solidariedade global.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy e o povo ucraniano responderam com determinação, união, e contestação à violação da soberania, integridade territorial, e direito à paz no seu país.
Mais uma vez, nas palavras do vosso primeiro presidente, “A solidariedade é uma afirmação de que nenhum povo [está] sozinho, nenhum povo [está] isolado na luta pelo progresso. (…) Esta luta pode ser na Ásia, na Europa, na América, ou a luta pode ser em África, mas é a mesma luta”.
Caros amigos, os ucranianos precisam da solidariedade e apoio de todos nós. Estamos juntos com a Ucrânia.